sexta-feira, 29 de junho de 2012

Filosofando: Pistoleira e Lambisgoia


Numa coleção de nomes pejorativos para aquela profissional cuja qualificação não vem ao caso, encontrei dois que se encaixavam em seres nada a ver, porém assustadoramente aclamáveis a esses nomes, ou não.
Pistoleira é uma cadela que se encaixa perfeitamente no corpo de filhote recém crescido sobre suas bem formadas quatro patas. Pula, late, tem ação em forma de dentes que mordem qualquer coisa que veem pela frente e não tem medo de levar chute quando invade um lugar errado. Vive com sua coleirinha roxa em volta do seu peito que a deixa sensacionalmente mais... Fofa, quem sabe.
Lambisgoia é aquele pequeno ser que olha para os lado através de seus inúmeros olhos e tem o tato aguçado pela força incapaz das minúsculas, porém grandes, oito pernas. Mas a vida lhe trazia outros pequenos seres que como ela, ficariam um dia quem sabe assim. 
Mas por que nós, como seres humanos também perdidos num mundo onde tudo pode acontecer, fomos capazes de nomear incapazes seres que não tem culpa da vida que tem, isso é, que simplesmente são tão capazes quanto que nós, são vivos. E isso basta. Mas o que importa é que Pistoleira e Lambisgoia eram quase que amigas distantes, mas que de tão próximas, se tornava desnecessária a existência de comunicação entre elas. Sim, elas não se conheciam, nunca se viram. Uma cadela e uma aranha ligadas por uma besta e idiota ideia humana de que apelidos geralmente associados a profissional de qualidade que não vem ao caso, podem ser usados para designar seres que só estão cumprindo seu longo, e doloroso ciclo de vida. E sendo amigáveis, até mesmo quem sabe, com os humanos.
Porque eles prejudicam, mordem, envenenam, não é porque são maus, não é porque uma é pistoleira e a outra é lambisgoia. Eles querem viver. Uma "havaianada" numa aranha ou um sacrifício mal feito a um cachorro não saíram do instinto de sobrevivência humano quando não existe a tal da ameaça. Sem a ameaça, é idiota e maligno do ponto de vista de qualquer um acabar com a vida de seres que, pejorativamente chamamos por nomes que são para aquela profissional cuja qualificação não vem ao caso.

domingo, 24 de junho de 2012

Manchas pretas na escuridão da realidade



Quem sou eu? O que eu tentei e estou tentando ser durante todo esse tempo, que ainda preso a este mundo, vejo os outros e me sinto pior? Não há respostas. Só sei de perguntas desmioladas que saem aleatoriamente da minha cabeça enquanto penso seriamente se o preço da vida é muito alto para continuar aqui.
Mas eu continuo, e como o mais frágil copo de vidro, corro o risco de ser completamente estraçalhado no único e singelo estalar mal feito de dedos que o desequilibram. E estraçalhado, não há cola no mundo que vai me fazer voltar à perfeição daquilo que consideram um sólido-líquido, um líquido-sólido em estado de natureza correto e harmonioso que no caso humano eu chamaria carinhosamente de personalidade. E entro num estado de emergência, onde busco encontrar minha essência perdida no meio da perfeição harmoniosa que é contida em cada um dos seres malditos que não se contentaram com a irracionalidade. 
E agora deixo de ser um copo. Sou como uma bola de fios jogada para frente, onde a ponta é esquecida no espremer dos dedos de uma mão, e lentamente desfia enquanto a força da gravidade empurra-a para baixo ao mesmo tempo que a acalma. E no caso humano eu chamaria a força da gravidade de tempo: no fim, tudo para, nada existe mais.
E enquanto houver distância, enquanto o ato de sentir for algo tão humano e ao mesmo tempo completamente desumano, não haverão mentes capazes de se lembrar que, para a imensidão que nos envolve, somos apenas microscópicas manchas pretas na escuridão da realidade sem fim...


terça-feira, 19 de junho de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

Travessuras do tempo contra travessuras de quem não deveria fazer travessuras

Somos, mas não somos donos de nossos tempos

O tempo tem seu tempo. As coisas acontecem e deixam de acontecer por sua culpa e nós somos apenas filhos de sua existência. Às vezes, acabamos por esperar que aconteça algo e algo não acontece. Esperamos que aquilo que não queremos não aconteça, mas acontece. Ou no mínimo que aconteça em determinado momento e puf!, nos encontramos vendo aquilo acontecer antes do que se imaginava.
Aquele menino travesso, que fala e não faz, que faz e não fala. O tempo é igual a ele. Não. É pior. O tempo apronta, as despedidas se tornam inevitáveis e uma hora tudo se vai e não volta mais. E quem é dono do tempo? Eu diria a esperança, eu diria a vontade de seguir em frente, e de que aconteça ou deixe de acontecer o que queremos. Eu diria que o tempo é determinado por cada um de nós ao mesmo tempo em que cada um de e nós não podemos mais determiná-lo. Mas se fez mal ou se fez bem, podemos tentar mudar.
E como humanos, somos inteligentes. Aprendemos a modificar o tempo. Aprendemos a destruir as vontades e esperanças das pessoas que quem sabe o dominam. Quando percebemos, outros determinaram nosso tempo e outros decidiram por nós mesmos como continuar. E são as travessuras de quem não deveria fazer travessuras. Mas são feitas. São feitas definitivamente e às vezes que fez não queria fazer. E o tempo se altera. Despedidas acontecem, ficamos isolados, ficamos sem queríamos ter em todos os momentos. E mesmo se isso é reversível no futuro, (olhe só, outra brincadeira do tempo que nos dá esperança: essa coisa chamada futuro) somos atingidos, somos colocados à prova de vontades que não queríamos ter, maiores, cada vez maiores.
Culpa do bom sentimento que ronda todas as pessoas envolvidas. Pelo menos da parte de quem escreve.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Rir, sorrir, cantar

Faça a diferença!

Rir... Sorrir... Cantar...
Atos belos, atos que vem de dentro da alma para alegrar o ambiente. Experimente! É perfeita a sensação. Se sentiu mal? Ria. Está triste? Sorria. Está abalado? Cante. Tristeza não vem de dentro de você com sinceridade. Um sorriso, por mais simples que seja, sim.
Então não deixe de fazer barulho. Barulho que traga felicidade, pois esta senhora é contagiosa. Todos gostam, todos assumem que já riram e se sentiram bem com isso. Alegre alguém triste, arranque um sorriso da cara amarrada daquela pessoa rancorosa, faça música, cante, faça som ritmado.
Porque estar bem é... estar bem. Bem é bom. Mal é mau.
Chorar, se fechar, calar. Prefiro rir, sorrir, cantar

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Minitexto #4

Cansado do seu preconceito
Mas você odeia preconceito!
Acho que não sei mais o meu conceito
Sobre seu pensamento

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Minitexto #3

Olhou para as janelas
"Pegue o vento"
E respondeu que não dava pra pegar o vento, mas dava pra sentir...
E isso lhe bastava

Enchendo Linguiça: Sem encheção de linguiça, todo mundo parando


E o ano de 2012 chegou para abalar o sistema público (e privado, em alguns casos) brasileiro. O povo decidiu ir a luta pelos direitos que reivindicam. Greves, greves e greves de todos os tipos vêm acontecendo nos mais variados lugares do território nacional.
Transporte público, militares, médicos, bancos, professores, universidades, enfim, funcionários estão indo em busca do que sentem falta. Muitos direitos desrespeitados acabam deflagrando uma onda de greves que muitas vezes acabam sendo necessárias. Desde o início do ano que tem se percebido esse aumento sucessivo nas paralisações. E pelo jeito, vai continuar.
E cada vez a tendência é dos movimentos continuarem. Um forte exemplo, e que deve-se prestar bastante atenção a este pela falta de divulgação da mídia, é a greve que vem atingindo as universidades e institutos federais. Pois bem, poucos veículos de imprensa deram atenção necessária a essa situação. Na verdade, o que se observa é que muitos dos grandes veículos de comunicação sequer tocaram no assunto, e se foi feito, de forma o mais mínimo possível. Mas o que interessa é que não pode ficar assim. A situação nas instituições federais de ensino só tende a piorar. Atualmente, pouquíssimas ainda não aderiram ao movimento nacional.
A principal reivindicação dos docentes é a revisão do plano de carreiras. O sindicato (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - Andes) defende que o atual modelo não atende a uma evolução do professor ao longo da profissão de modo satisfatório. O Ministério da Educação acaba por considerar a greve precipitada, dizendo que o plano de carreira está para ser implementado no ano de 2013. Enquanto isso, professores de braços cruzados e alunos sem estudar. Segundo o Andes, o movimento continua até o governo apresentar propostas para a categoria. 
Enquanto isso, braços cruzados, alunos sem aula. 


domingo, 3 de junho de 2012

Sonho de uma noite mal dormida


Sete vozes eu ouvi, chamavam por mim, mas não pelo meu nome. Eu sabia que chamavam, e que eu precisava estar lá. Eram sete pessoas. Não se sabia se eram homens ou mulheres, mas eu percebia claramente que eram sete pessoas. Os encontrei, num lugar uniforme, quase nada familiar. Olhei profundamente em cada um, que vestia uma roupa, cuja beleza e minimalismo nos detalhes imedia-me de identificar o que realmente estava em seus corpos, e cada uma de uma cor. A pessoa vestida de preto veio me dizer algo, sua voz era muito baixa, eu não conseguia ouvir. A de azul, que vestia a mais bela cor que já se viu pelos céus, disse-me que nossa vida é um balanço de criança. Sobe, desce, mas sempre estamos querendo almejar o mais alto.
A terceira pessoa vestia um roxo quase que de luto. Eu percebia em seu olhar que não representava algo bom, estava tão cabisbaixa quanto uma criança que perde seu pirulito. Se aproximou, e apenas me pediu que eu não me iludisse. Fiquei me perguntando com o que, mas a pessoa de verde, que trazia em sua roupa uma cor inexplicável, mais puro que qualquer folha, que qualquer esperança. E parecia-me uma pessoa sensata. Não acabar com o mundo, o mundo é nosso lugar, e foi isso que ouvi de sua boca.
Aquela pessoa de vermelho, pulava feito uma adolescente que descobriu seu primeiro amor. Não me disse nada além de três palavras que entraram em meus ouvidos de uma vez e nunca mais deveriam sair: ame muito mais! A roupa amarela da sexta pessoa me ofuscou os olhos com sua pureza indescritível. Apenas viva! Disse, olhando em meus olhos quase fechados com a luz que se emitia de si. 
E de repente, após estar escondido pela sombra das outras pessoas, me sai alguém vestindo uma roupa branca. Se aproximou de mim, devagar, e pegou minha mão direita. Eu reconheci em seu rosto a pessoa que foi minha moradia desde que eu me tornei um simples ser humano. Pegou minha mão direita. E do nada só havia ela ali, pois ela era quem me deu a vida, e estava de branco, a mistura de todas as cores. E a vida é isso, todas as coisas juntas.
Acho que eu tinha entendido!
Então meu despertador tocou...
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PS: Texto escrito em dezembro de 2009, achado perdido em registros aleatórios que quase foram para o lixo.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Minitexto #2

Lugar de poucos, lugar de loucos.
Lugar de poucos loucos. Não. De muitos loucos.
Loucos que eu amo. Me dão vontade de viver.

Curtura i Árti: "Na tela da TV, no meio desse povo"


De um modo geral, um dos aspectos mais abrangentes da "curtura brasileira" é a televisão. Essa caixa luminosa que mostra imagens aos nossos olhos nos fascina neste país desde que chegou aqui, nos anos 1950. Aquela vontade louca de apertar o botão que acende uma luz que se movimenta para ficar por horas e horas estático sentado em um sofá pareceu muito bem-vinda. E foi.
Atualmente, a televisão ainda é um dos meio mais utilizado em todo o mundo, nós ainda insistimos em ver imagens movimentando-se enquanto ficamos parados. E dá para percebemos que a televisão ainda será um dos meios de comunicação mais utilizados no mundo por muito e muito tempo.
Infelizmente, ela encontra uma barreira de problemas e um meio de aculturação forçada de uma população. Antes da Internet (acredito que ainda hoje) as pessoas viam (e veem) na televisão um meio de adquirir cultura. Bordões de novelas e séries, jeitos de se vestir das atrizes, o gosto musical. Pouca coisa não passava (e ainda pouca coisa não passa) pela televisão. É óbvio que não se deve negar que de mais ou menos uns vinte anos para cá o avanço muito rápido da globalização (resumindo: surgimento da Internet) abriu as pessoas a um conhecimento muito maior do que o que é mostrado "na tela da TV, no meio desse povo". As noticias, por exemplo, que na televisão são mostradas de uma única forma, ganham várias versões nas outras formas de comunicação. A televisão manipula, muitas vezes aliena de fatos que deveríamos saber, mas infelizmente muita gente só tem esse meio de recepção de fatos.
Poiss não se deve negar que em todo o mundo há muito mais casas com uma TV do que com um computador, e há muito mais casas com um computador sem acesso à Internet do que com um computador com acesso à Internet.
A televisão ainda dita regras, ainda manipula as notícias, mas ainda é a mais forte forma de diversão encontrada pelas pessoas que, não satisfeitas em sair de casa depois de um longo dia de trabalho, ficam em suas casas. E apesar dos avanços de tecnologias que encontramos, que podem muito bem abrir caminhos a um conhecimento de "curtura i árti" e dos fatos no mundo, todos se rendem a pelo menos alguma coisa que passa na televisão. Aquelas séries que muita gente passa meses baixando da Internet surgiram onde?
Antes de apenas falar mal, procuremos possibilidades... Tudo tem dois lados...