quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Curtura i Árti: Adeus, carne

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   Olha só quem vem chegando. Ele, o feriado mais esperado por uns e mais odiado por outros. Sim, o carnaval. Aquela terça-feira que se estende para trás em alguns dias e causa o vucovuco da felicidade instantânea nacional nos mais variados cantos do país.
   Para quem não sabe, o Carnaval surgiu na Grécia, algumas centenas de anos antes de Cristo e passou a ser adotada como comemoração pela Igreja Católica em meados de 590. É claro que o Carnaval naquela época era muito diferente do atual, e o nome adotado pela Igreja remetia ao latim carne vale, uma espécie de "adeus à carne", já que é uma festa que precede a Quaresma, período católico de abstinência de carne. O estilo francês de fazer o carnaval foi exportado para os mais variados lugares do mundo, inclusive no Brasil, que com o passar do tempo se tornou um modelo próprio e um dos mais conhecidos da festa.
   E então começam as aglomerações, shows lotados, desfiles de blocos e escola de samba, música, bebida, gente louca para todos os lados, festa, festa e mais festa. E nesse ambiente festivo sempre exitem aqueles que não estão interessados em estar bem. E aí tem os que jogam lixo e fazem necessidades fisiológicas e sexuais na rua, furtos, roubos, problemas relacionados a briga, até mesmo casos de morte que estampam os noticiários da mesma forma que a alegria das pessoas.
   Sem falar naqueles que odeiam fortemente o Carnaval. É claro que ninguém é obrigado a ir para o meio da multidão atrás de um trio elétrico escutando axé ou desfilar em um bloco ou ficar pelado numa escola de samba. O Carnaval é ótimo para quem quer ficar na tranquilidade de casa, e sinceramente acho que muitos odiadores fazem muito barulho desnecessário. Principalmente porque se estivessem em algum outro país, o máximo que ficariam era no conforto e tranquilidade de casa, e com as rotinas normais que podem muito bem continuar a ser seguidas aqui sem que ninguém precisa participar de nada disso.
   Seja onde for, seja no calor humano ou no calor das cobertas, seja no meio do nada ou em qualquer lugar... Cada um fazendo o que gosta, sempre dentro dos limites do respeito um ao outro.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Filosofando: A volta dos que não foram

   Quem vai, vai, mas quem volta, é porque foi. Isso é algo que está em nossas cabeças naturalmente desde quando todos nascemos. Como seres humanos, osmos pensantes no ponto de encontrar falta de sentido em simples frases. Bom, podemos perceber isso nas brincadeiras que ouvimos desde criança, onde as pessoas colocavam frases sem sentido para nos fazer rir. Quem é que não se lembra das tranças da vovó careca, ou das curvas em linha reta, do incêndio na caixa d'água ou do clássico "A volta dos que não foram".
   Então, essa última, que lembra o nome de um filme trash de terror (daqueles que só acontece no máximo um banho de ketchup, quer dizer, sangue), pode fazer bastante sentido, se olharmos o quanto a palavra "Volta" pode significar em nossas vidas. A volta no sentido de voltar, de retornar, não precisa ser o antônimo do do "Ir", daquele que foi, mas pior ainda é o conceito da ida. Quem vai volta, mas quem não vai? Será que volta? 
   Parece besteira, mas a ida pode ser imaginada dentro nos nossos devaneios da mente que se juntam como se fossem moedas de cinco centavos emparelhadas num ímã qualquer. A comparação pode parecer boba, mas tudo o que pensamos se liga, de uma forma que, é preciso às vezes parecer ter ido, ter sumido, ter pensado num lugar onde não se existe ninguém. Até porque a existência é algo que nunca será provado por ninguém. Antes da ida e da volta, imagina se a gente nem existisse, e a existência de tudo e de todos tenha sido uma junção de pensamentos de alguém que resolveu fazer o tal do "ir" em sua cabeça? 
   Podemos parar o que fazemos, e isso é uma ida. Podemos continuar de outro modo, e isso é uma ida. Podemos ir literalmente, e isso é uma ida. A volta é só aquela coisa chata para dizer que algo de repente aconteceu de novo, ou simplesmente aconteceu, porque por um momento nossa mente emparelhou pensamentos que fizeram com que a tal da ida fosse algo existente. 
   No final dessa conta toda, é difícil poder dizer agora que "A volta dos que não foram" é simplesmente algo que faz sentido. Talvez não faça. Até porque a conclusão disso tudo é que o conceito chato e complicado não é o de volta, e sim o da ida.

Já pensou se a ida resolve ser a volta e nada mais fizesse sentido nessa vida?