Viciando no pleonasmo

Ple o que? Perguntaria o desavisado... PLEONASMO, responderia o designorante. É tipo, um exagero, ao estilo "olhar com os olhos", entende? - o designorante concluiria.
Filosofando...
Bem, todo mundo sabe que o que é imortal não morre no final, ou que todo mundo é maluco da cabeça. Daí o outro fala assim: NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO, sério? eu NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO sabia, numa ironia total.
(figuras de linguagem a parte, a ignorância faz as pessoas ignorarem certas coisas - ops, outro pleonasmo).
Mas é justamente por falta de ignorância que o pleonasmo é algo que se faz presente nas camadas da cebola social. Por exemplo, tem gente que acha que é normal dizer: "mais respeito que é a viúva do falecido". Tá certo, é normal, a gente dá bobeira.
Daí então as coisas ficam complicadas, as pessoas vão acostumando a explicar o explicável, a dizer o que seria correto de acordo com que elas acham (tipo, ele não vai entender, então vou dar uma reexplicada de modo geral). Tá, isso é normal.
Mas as coisas vão ficando piores, de repente ouvimos: "Meu avô é um setentão idoso bem velho" "Estou organizando uma torcida organizada". Ouvi, esses dias, até mesmo um "Fala alto, com a boca".
Ufa! E o tanto é inexplicável, do tipo que nossos amigos gramáticos ortográficos literários da última flor do Lácio chamam de Pleonasmo vicioso, ou seja, pleonasmo dos feios mesmo, daqueles do tipo "entra pra dentro que tá chovendo água".
Aí sim, podemos dizer que a pessoa viciou no pleonasmo, o pessoal especialista aí colocou o nome certinho para o tal vicioso, P*ta que Par*u, imagina isso: "meu filho homem nasceu quando anoitecia a noite, no momento em que o sol descia para baixo, como um anônimo desconhecido que foje para não virar um defunto morto"
Ufa... Descarreguei as energias.


PS: Não poderiamos esquecer nosso grandioso Chaves, com seu cadáver de um defunto morto que já faleceu.