domingo, 30 de dezembro de 2012

Minitexto #17

Eu e outro eu
Complementam-se naquela
Que é chamada solidão
(E você chegou e descompletou a solidão
agora era eu e você)

domingo, 23 de dezembro de 2012

Curtura i Árti: Pós Fim do Mundo e Pré Natal

Bom... O fim do mundo era algo que muitos esperavam, outros debochavam, outros não estavam nem aí, outros diziam que era coisa do capeta, enfim, o fim do mundo era aquele tal evento que disseram que ia ocorrer e depois que lançaram aquele filme todo mundo resolveu dizer por aí que 21 de dezembro de 2012 era o grande e derradeiro dia - até porque está na cara que o calendário maia nunca preveria um fim.
Mas o que importa isso agora, dois dias depois? Bom, o mundo não acabou, certo? Isso é inquestionável e óbvio. Agora caminhamos para outra data consideravelmente tradicional no comportamento humano ocidental, o Natal. E o que é o Natal? Bom, é a celebração cristã baseada numa festa pagã que celebra uma simbólica data de nascimento de Jesus Cristo. Complexo, não? Para você que achava que era apenas a chegada do Papai Noel no dia que Jesus nasceu mesmo foi uma surpresa e tanto.
Dois dias antes do Natal, essa coisa tradicionalissimamente provocadora de caos nas ruas comerciais das cidade na semana anterior (até mesmo o dia anterior), a gente percebe que parece mais é que o mundo está acabando e as pessoas estão em desespero querendo tudo o que veem pela frente. E é incrível ver como as pessoas tem raizadas em suas culturas essa coisa de deixar para a última hora. É bem capaz e raro de se ver por aí alguém que diga que já comprou o presente de Natal de alguém, sei lá, um mês ou dois antes. São raros, mas para nossa alegria (ou não) existem. E às vezes nós mesmos que criticamos (tipo quem vos escreve) às vezes consegue deixar as coisas para a última hora. Mas se tratando de Natal, me poupo dessa muvuca.
E para variar, ainda tem aquela sensação do pós fim do mundo, já que tudo deu certo, é hora de correr para fazer as compras. Tudo bem que todos os anos a muvuca comercial do pré natal acontece, e nem todo ano tem um fim do mundo programado, mas fica a imaginação de um caos pior que o do pré natal, caso o mundo resolvesse acabar mesmo.
Feliz muvuca, feliz Natal.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Minitexto #16


E quem resolve ser o que não é por causa de outra coisa que é
Limitação mental?
Ou seria esquisitice?
Mesmo até querer aparecer? 
Que crueldade textual essa aqui...
Não!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Este e tantos outros, que morrem por tua causa...

     Ódio... Ah, ódio injustificado... Como podes ser tão cruel? Como podes existir? Ah, ódio, que de qualquer maneira és ódio, e sendo esse sentimento, como podes habitar entre nós? Como podes achar que o odiado não tem direito de ter o direito de ser feliz, como podes achar que tens alguma justificativa? Até quando, ódio, tu irás tirar a vida de alguém apenas por ser diferente? E essa diferença, que nem é diferença, sendo apenas um detalhe insignificante na grandiosidade da pessoa que se foi?


     Por este e tantos outros, que perdem a vida simplesmente por causa desse ódio, desnecessário, desgraçado, idiota. Um ódio alimentado simplesmente por possuir uma característica que não deveria passar de um detalhe, um detalhe que não mudasse nada na vida de ninguém ao redor... Até quando?

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Minitexto #15

Ah se eu pudesse
Por um segundo me transportar para o seu lado
E colocar sua cabeça em meu colo
E te dizer: "tudo vai ficar bem"

domingo, 18 de novembro de 2012

Ano Dois

E depois e muitos posts bem vistos, mal vistos, grandes, pequenos, bem escritos, mel escritos, pessimamente escritos, elaborados, na hora, não terminados, chateantes, revoltados, engraçados, comentados, esquecidos, elogiados, xingados, maltratados, esquisitos, sem sentido, com todo o sentido, idiotas, bestas, desabafos, e por aí vai, essa coisa aqui que também é conhecida como blog vem completando nesse 18 de novembro de 2012 seus 2 anos de existência e atividade um tanto quanto estranha. Mas quem leu e gostou continua sendo bem vindo, quem leu e não gostou pode ler de novo para quem sabe gostar (ou não). E quem não leu, chega mais e dá uma lida, e diz se gosta ou não. São dois anos de um blog que nem é nenhum "O Blog", mas está aí para quem quiser ler, e isso já é bom. Só resta dizer um obrigado a esses poucos, mas os poucos que mesmo não sendo muitos, motivam para que isso aqui dure.



quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Ele acredita na beleza...

... já que seu copo de café acabou de novo. Vai sonhando com o final da aula para poder caminhar até a parte de baixo e ver o caminho de volta novamente, como faziam os antigos estudantes que não estudavam mais.
E aí esse olhar torto e sem sentido, porém belo, me conquistou...

sábado, 27 de outubro de 2012

"Os reis e as rainhas da promessa"


    
    Vou andar pelos cantos, vou discutir friamente com cada pessoa que aparecer na minha frente apenas com a intenção de machucar não só a outra pessoa, mas a mim mesmo. E na intenção de me arrepender, derrubar-se-ão lágrimas de dentro dos meus olhos que vão, de forma simples e concreta, me fazer gritar para cada uma dessas pessoas...
    "Corre! Corre! Corre! Vai atrás do seu destino, para de ser idiota. Vai ficar sofrendo até aqui para que? Se lamentar porque somos seres humanos pensantes? Nós só somos pensantes porque um dia pensamos em ser pensantes e o pensamento nos incorporou e nos trouxe um desejo de seguir o que desejamos para os nossos destinos. Então vai, corre, esqueça os males e vá!"
    E então eu vou vendo e passeando, encontrando cada pessoa e fazendo isso, até encontrar com um espelho. Encontrar a mim mesmo.
    "Seu idiota"
    E me dizer o quanto eu poderia ter sido menos assim, eu poderia não ter cativado minha própria destruição. Eu deveria ter ido através de minha mente e ter encontrado um resquício e adolescência rebelde, e ter percebido que o mundo fez mal a ele mesmo. Ou visto que todos, como pessoas, e sendo pessoas, deveriam ter tido em suas cabeças que viver é aprender lições, lições de que as coisas podem passar a ser melhores desde que possamos torná-las melhores. E podemos fazer isso todo o tempo, se quisermos.
    E do título emprestado da música, a mesma que diz que somos filhos de um deus menor entre o céu e o inferno, podemos perceber, poderíamos muito bem, em vez de deixar de ser, continuar sendo os reis e as rainhas da promessa.

Enchendo Linguiça: Do vento na cortina

   Decidido a prestar atenção a cada parte que preenchia a imensidão de sua casa, começou a andar pelos cômodos, observando minunciosamente cada detalhe de cada pedaço que ia encontrado através de seus contados passos. Paralisou, fixou o olhar aberto naquele lugar que parecia mágico.
   Olhou para a janela, que era coberta por uma cortina cinza e opaca, que por causa do vento ia para frente e ia para trás, para frente e para trás... Trazendo e devolvendo, trazendo e devolvendo, trazendo e devolvendo a luz para o sol...


terça-feira, 23 de outubro de 2012

"Como é tão bom saber que você me viu e me notou"

   Aquela frase que a gente tenta expressar de alguma maneira um tanto singela, aquela vontade louca de passar todos os momentos e fazer com que cada um deles valham a pena, aquela época da vida onde queremos aproveitar o presente e deixar o futuro e o passado de lado e seguir o indefinido, o sem destino. O sem rumo. Aqueles dias quando estamos numa frieza desumana, aqueles momentos onde ideias sem sentido surgem em nossas cabeças e as expressamos, aquele tempo onde cada ser humano tem um pouco de noção de humanidade e consegue se expressar. Aquele nome de texto que foi pego de uma frase de música que simplesmente encontrou aqui a melhor definição do que realmente pode acontecer conosco quando menos esperamos. Aquela pessoa que define a última frase, que surge de uma forma um tanto quanto inesperada, simples, um olhar profundo, mesmo que de olhos fechados. Aquilo que nunca poderá passar de um sonho... 
    Mentira! Quem sabe poderá, quem sabe se tornará algo real, a um passe de mágica tão belo quando daquele que tira o coelhinho da cartola e arranca das crianças um sorriso tão sincero quanto aquele que surge quando a sua pessoa se faz presente a frente da visão. Não é beleza física (sua parcela na porcentagem do sentimento, tudo bem, é considerável sim), é o conjunto da obra, é a pessoa por dentro, por fora, nas entrelinhas, no encontro de cada pedaço daquele conjunto de corpo-alma que sabe trazer na calma e nos gestos simples o poder e a capacidade de transformar cada um em sua volta em uma pessoa melhor. 
    Verdade! É apenas um sonho, o celular despertou às cinco e meia, no frio e na calada da noite terminal. Aquele desejo de ser cuidado não passou, está lá, dentro do banco do ônibus, da sala de aula, dos corredores, do chão sujo de lama e frequentado pelos primatas. Quem diria, no ônibus de novo, nas discussões familiares, em uma mente que jamais se sentiu tentada da forma que estava sendo naquele exato momento em que se deitou na cama à tarde e mais uma vez sonhou. Sonhou demais, simplesmente porque você fez o favor de notar...


sábado, 13 de outubro de 2012

Minitexto #14

E ele chegou mais uma vez
E eu fiquei sem reação
Não tem apesar, eu disse dane-se aos problemas
Eu o amo
Eu o amo
Eu o amo
Eu o amo
Eu o amo
Eu o amo
Eu o amo
Eu o amo

domingo, 7 de outubro de 2012

Todos


     Êêh mundo... Quando é que vamos fazer jus ao nome que nos demos: humanos? Ao nome que se tornou significado de algo totalmente oposto ao que vem acontecendo desde que descobrimos que algo pudesse fazer bem: o ego. Mas não estou falando do ego comum, que todos temos, falo do ego que aprendemos a ter, de passar por cima dos outros a qualquer custo, um ego que supera qualquer barreira de algo que deveríamos, como humanos, ter: saber vivenciar o outro. Saber entender que a outra pessoa é tão humana e tem o direito a vida assim como nós mesmos, seja qual for a raça, religião, sexo, tamanho, peso, orientação sexual, nacionalidade, o que for. Já parou para pensar que somos humanos? Somos todos pessoas, da mesma espécie? Já parou para pensar que nenhum outro animal tem a capacidade de matar o outro simplesmente por matar, a não ser por instintos previamente biológico que nós, humanos, não temos? Então, por que ainda matamos? Por que nós temos a capacidade de dominar o outro simplesmente para se sentir melhor? Ninguém é melhor que ninguém. Muitos só estão numa situação de miséria, de falta de conhecimento, ou de qualquer outra coisa porque os poucos estão lá em cima, esbanjando do que essas pessoas sofridas suam todo mês para que eles afundem em seus caríssimos sofás e declaradamente não se importem com ninguém. Ninguém mesmo. Nem com si mesmos, por isso, esse ego que citei no início não é um ego, é uma capacidade de se achar acima, numa importância que só existe nas nossas mentes mal criadas desde sempre. 
     Guerras são ilusões, assassinatos, roubos, individualismo exacerbado... Tudo é ilusão, criada por pessoas durante um processo histórico que poderia ter sido diferente, numa criação de ideologias que infelizmente não colocaram em suas doutrinas o respeito a quem pensa e vive diferente. Mas por que depois de tanto tempo nós não conseguimos evoluir para seres que possam compartilhar da mesma denominação sem distinção imediata de qualquer característica que seja diferente? Por quê? Por quê? Para que destruir a vida de pessoas que não tem nada a ver pessoalmente umas com as outras, só para subir, só para se tornar o melhor de todos, sendo que todos somos humanos, e como humanos, deveríamos colocar o direito de qualquer um acima de qualquer coisa: o direito a vida, a uma vida digna, decente, que possa começar e acabar do jeito que tem que ser, e não do jeito que nós mesmos, desgraçados humanos, nos colocamos, e, pelo jeito, nunca vamos sair, enquanto todos não se lembrarem que, simplesmente, e antes de qualquer diferença, somos humanos. Que coisa! Acho que como eu muitos só queriam um mundo que os humanos entendessem o que todos somos...
     TODOS somos... 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Curtura i Árti: Uai

   Tenho recebido muitas indagações de pessoas de outros estados e regiões sobre o significado da expressão de três vogais que é quase instantânea por aqui, em terras goianas: "uai". Bom, se você é de fora do círculo regional entre os estados de Goiás e Minas Gerais já deve ter percebido a frequência que nós utilizamos a palavra "Uai". Então, é quase involuntário, assim como em muitos outros estados e regiões existem inúmeras outras palavrinhas que também definem uma falta de definição para ela.
   O que seria definir uma falta de definição? Bom, o "uai" pode vir antes de qualquer frase com o intuito de significar uma interjeição no sentido de "estou pensando", ou então, um "então", ou até mesmo uma interjeição como se fosse um "Nossa!" ou no final das frases pode representar uma redundância. Por exemplo, você chega até sua mãe e diz: "Mãe, posso sair?" e ela responde: "Uai, pode". Outro exemplo: "Meu cachorro morreu", "Uai, mas ele estava tão bom". 
   Muitas teorias podem dizer sobre a origem dessa expressão vocálica. Alguns dizem que é uma adaptação do "why" do inglês, feitas por mineiroas ingleses em Minas Gerais no tempo da mineração, ou então foi simplesmente uma expressão que foi "pegando" entre as pessoas. Nunca se saberá qual é a verdade verdadeira...
   Não tem muita explicação além dessa, e a esperteza lhe condiz, pode comparar a muitas expressões utilizadas em outros estados, como por exemplo o "tchê" dos gaúchos. No final de tudo, só posso dizer o seguinte: "Uai... Uai é uai, uai..."


terça-feira, 25 de setembro de 2012

domingo, 23 de setembro de 2012

Das buscas da mente

    Eu tenho me confrontado ultimamente como se eu fosse outra pessoa, para ver se no profundo de meus pensamentos eu possa entender o que se passa nessa cabeça. Mas não encontrei resultado convincente. O medo me leva ao passado. A coragem não deixa o futuro chegar porque o presente manda e quando ele chegar, vai ser o presente. Então não vou conseguir encontrar o que se passa nessa cabeça,seja eu, seja outro, seja apenas um fantasma de um medo do tempo que anda debruçado sobre minhas costas ainda jovens numa vida que só está a começar, ainda.
E aí eu chego a conclusão de que a vida é um túnel...


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Perdido e Desconfigurado


Ah! Eu só era mais um impensante ser perdido num mundo completamente desconfigurado. Que coisa, pensar que tudo o que existe pudesse ser algo repleto de sonhos que simplesmente não eram mais. Não era o meu desejo de “para sempre”, mas quando olhei pela primeira vez aqueles olhos verdes, eles me conquistaram como nada nunca conquistou em todos os meus dezesseis anos, nove meses e vinte e seis dias de vida que tinham pesadamente se passado até aquele momento. Mas eu não queria ter esperanças, eu não queria desejar a pessoa que possuía aquela força e capacidade mais profunda de penetrar o mais escondido de toda a minha alma, e me libertar de todos os problemas que pudessem existir daquele lugar em que estávamos, juntos, para fora. O toque daquela mão, que parecia que precisamente tinha sido feita para se encaixar perfeitamente nas entranhas dos cinco dedos que comupnham a minha mão, me despertou de um sono de um sentimento verdadeiro que tinha sido enterrado e não estava disposto a sair do mais profundo da Terra. E começou a sair. Foi saindo cada vez mais e mais, e quando percebi eu necessitava calorosamente de olhar para aqueles olhos verdes e penetrantes de alma cada vez mais, de modo que se tornava um vício como uma das piores substâncias que se conheça na humanidade. Mas me fazia bem no momento, me fazia bem depois, não era como aquilo que te faz arrepender depois de estar junto, e então não era como essas substâncias que nos matam aos poucos. Ele me fez viver! E eu já não conseguia mais que ele me fizesse viver se eu não o visse inteiramente vivo. Pra falar a verdade, decidi procurar nome em todas as palavras e línguas possíveis para descrever o que era aquele impulso que vinha dentro de mim, e que insistia em ter aquela pessoa, que de fato eu não sabia se tinha desejado ou não, e insistia todo o tempo. E encontrei a palavra mais óbvia que poderia existir: amor. Sim, já tinha passado daquele ponto em que nos dizemos apaixonados porque a paixão é nada mais do que o desejo retocado pela vontade de estar junto. A vontade não era mais apenas de estar junto, era a vontade de vê-lo bem mesmo que eu estivesse mergulhado no mais impossível e fundo de todos os poços possíveis na face da terra, pois apenas seu sorriso me faria bem, me aliviaria. Isso é querer o bem, isso é amar, isso é superar as expectativas de não querer apenas estar junto, de não querer apenas possuir o corpo dono dos olhos que me conquistaram logo naquele primeiro momento. É querer simplesmente ver que está bem simplesmente por estar, é de ver que tudo que é bom para ele está sendo realizado, é querer simplesmente poder olhar nos olhos e não se preocupar em desperdiçar o tempo que for preciso para causar o seu bem-estar, é querer se sentir bem cada momento em que está lá, e não só estando, mas quando poder contar, e eu sei que posso contar com ele. É, acho que ser impensante perdido num mundo desconfigurado vale a pena, quando encontramos aquele que nos faz bem, o mundo pode ser esse complexo desconfigurado, mas quem configurou o que há por dentro de mim já apareceu. E é meu desejo de “para sempre”. Na verdade não, se puder ser mais que isso, pra mim está ótimo.

:)

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Filosofando: Rebeldia dialogada



- O que a gente quer que sai?
- Fica.
- E o que a gente quer que fica? 
- Sai.
- Por que isso acontece?
- Porque aquela coisa que fica no lado esquerdo da gente sempre manda naquela coisa que fica em cima, e ela que deveria mandar.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Aquilo que chamavam de nunca


   
   Aquele olhar era assustador até mesmo para si quando via a própria imagem no espelho. Mas sabia conquistar. Como se não bastasse aquela beleza que fazia o encanto de pessoas que observavam seu jeito de ser juntamente com os marcados e ritmados passos daquilo que se chamava dança. A mão bem colocada, o olhar desconcertante, o rosto sem deformações e um corpo que parecia genuinamente construído de forma detalhada por algum ser divino cuja existência é questionável.
   E dançava, seus passos não podiam ser controlados pelo ritmo dos ponteiros daquilo que chamavam de relógio. Muito pelo contrário, sabia entender que o que ritmava sua vida não precisava seguir sequer um ritmo repetitivamente cansativo. Ficou sabendo que passavam a chamar aquilo de música, e com ela decidiu colocar em prova seu último passo de dança olhando para o espelho, quando aquele que chamavam de diagnóstico anunciou que aquilo que chamavam de morte estava para atingir sua pessoa.
   Mas preferiu acreditar que era mentira, queriam ofuscar sua capacidade simples de ser feliz com aquilo que chamavam de inveja. Seus olhos sorriram para seu reflexo no espelho, que também sorriu num gesto só não instantâneo porque trezentos mil quilômetros por segundo de velocidade impediram que fosse ao mesmo tempo. E isso não fazia e nunca fez a menor diferença. Se mexeu, confiou que a vida o salvaria daquela catástrofe que seria o ato de ser levado daqui para aquilo que chamavam de julgamento por um ser divino cuja existência é questionável.
   Em frente ao espelho, sua casa, sua vida, caiu entremeado às roupas espalhadas que ficavam por cima daquilo que chamavam de cama, num canto esquerdo de seu quarto. A janela, a porta e toda a casa permaneciam abertas. Eis que pessoas, portadoras daquilo que chamavam de curiosidade. Ficaram na porta, esperando que o ato de estar vivo, que chamavam de respiração, se desse por encerrado da mesma forma que um artista de modo genuíno se despedia no final de sua apresentação. Noite escura, noite fria, noite amedrontante.
   E as primeiras luzes clarearam o dia. O pequeno e antigo despertador começou a tocar suas sinetas freneticamente, despertando-o do sono forçado depois de horas fazendo o que que mais gostava: ter sempre os marcados e ritmados passos daquilo que se chamava dança.
   

   

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Minitexto #12

Se sua vida não é bela, posso lhe dizer
O que vou dar pra ela, e ser melhor para você
Sem brilho, está tão fosca, sem tudo o que tem
Se tem mancha, não ligue, é mancha tosca, pois o amor que vai é o amor que vem

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O mais enorme de todos os crimes

   Vinha caminhando pela rua antiga, os passos não estavam mais em sincronia e a rua estava toda destruída, com o mato nascendo pelas entranhas de suas rachaduras. Cabisbaixo, seus olhos baixos e a lágrima que saía tímida de um deles denunciava que as coisas não iam bem naquele lado do mundo. Não almejava olhar para frente, não desejava apreciar a paisagem de grama, capim, e nada mais, que simplesmente enfeitavam e embelezavam tudo o que se pudesse chamar de natureza naquele lado do mundo. Andava devagar. Velocidade seria burrice, voltou rapidamente à infância, quando as professorinhas na escola diziam que é devagar que se vai longe.
   Mas ele não queria ir perto, não queria ir longe. Estava arrependido, estava mal. Nunca tinha se sentido tão daquela maneira quando se viu solto de tudo e todos que mais amava da forma mais cruel possível. E a culpa era dele mesmo. Como poderia ter sido tão tolo? Não sabia. Olhava apenas para o chão próximo aos seus pés que já andavam desconexos por causa da falta de preocupação com nada a não ser a culpa maior que sentia em estar daquele jeito: vivo. 
   E seus passos ficavam mais lentos, a visão se enturveceu. Nesse momentos vieram todos os momentos que ele deveria ter abraçado, e todos os momentos que com certeza deveria ter deixado trancados num mundo que não era daquele lado do mundo onde ele estava agora, sofrendo, com seu corpo mergulhado numa angústia completamente desconhecida, enquanto a dor daquilo que não mais conhecia o afligia durante o que os físicos chamam de lei da gravidade: a queda.
   Ele ainda estava tentando entender, mas não dava mais tempo. Sim, ele se fechou, ele cometeu o mais enorme de todos os crimes. E agora não podia voltar mais.


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Insignificância Significante

De sete mil milhões, sou apenas mais um, numa esfera que está numa distância segura de uma bola de fogo gigante, e isso me permite estar vivo. De sete mil milhões, sou apenas mais um perdido no espaço de um tempo que só anda para frente, e tenho que me conformar com isso. De sete mil milhões, sou apenas mais um que faz parte dessa gigantesca coisa chamada mundo. De sete mil milhões, sou apenas mais um, um ponto entre tantos, que faz parte de outro ponto entre tantos outros, nessa coia chamada Universo. De sete mil milhões, sou apenas mais um, significante insignificante, capaz de fazer a diferença mesmo sendo um ponto que vive num ponto. Porque a vida é isso, são sete mil milhões de vidas de uma única espécie, onde cada um, junto aos milhares de enésimos milhões de vidas que há nesse pequeno ponto, faz a diferença. Assim como esse pequeno ponto que vivemos faz a diferença também. Existiriam milhares de enésimos milhões de pontos como esses espalhados pelos cantos do Universo? Por que não? 

domingo, 5 de agosto de 2012

Minitexto #10

Luz, som, festa! Que rufem os tambores, está chegando a hora
A hora vai passando, vai passando
Já amanheceu a dor no corpo, promete não fazer aquilo mais
E na outra semana... Luz, som, festa!
(...)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

domingo, 29 de julho de 2012

A terra da Rainha recebe os cinco anéis


   E nesta sexta-feira os olhos do mundo estavam curvados de novo diante da terra da Rainha, que celebrava, em sua capital, um dos poucos eventos que reúne gente do mundo todo numa cidade só. E do dia 27 de julho até 12 de agosto ficarão assim, dessa mesma forma. Realmente é incrível como as pessoas, de uma forma ou de outra, entram no chamado espírito olímpico. De repente, aprendemos nomes de países que muitos não sabíamos que existiam, passamos a querer entender pelo menos um pouco do que é ser de outra terra, e buscar na disputa a pacificidade que a cada dia que passa o mundo mostra que ela existirá cada vez menos.
   Bom, é interessante ver que um espetáculo grandioso e cinematográfico abriu o que chamaríamos de maior evento da face da Terra. E o mundo inteiro parou para ver os cinco anéis chegaram em representações cenográficas de ferro forjado que deram sequência à representação figurada da rainha pulando de um helicóptero! Sim, meus caros, a mordernidade chegou á realeza... Ou seria apenas uma mudança de ver o mundo? E as crianças mostraram que, sem elas,não existe mundo, não existe sequer aquilo que chamamos de futuro. Mas será que estamos dando um futuro decente a todas as crianças que existem? Será que, antes de colocar mais pequenos seres no mundo não deveríamos pensar nos qe já estão aqui? Bem, o grande espetáculo não parou. 
   Agora sim, veio aquele momento. O momento em que os leigos de geografia piram ao descobrir que exitem países chamados Antígua e Barbuda, Burkina Faso, Djibouti, Liechtenstein, Tonga, entre tantos outros. Sim, existem, e fazem questão de mostrar que o mundo está presente ali. E dane-se se é um evento esportivo, e que muitos não tem a menor chance, o que importa é que cada um deles, que viajou sei lá quantos quilômetros para a terra da Rainha, está pensando, nesse momento: "se eu não conseguir, pelo menos eu posso provar pro mundo que tentei, e que meu país pode sim representar perante o mundo todo, algo pacífico".
   É, não existe coisa melhor para fazermos pensar na vida do que um evento que receba o mundo todo de forma completamente sem um respingo de sangue. Quem dera se todos os momentos fossem assim. Que nos próximos dezesseis dias, os cinco anéis coloridos e a chama acesa na terra da Rainha nos façam pensar em algo que falta a muitos de nós: humanidade.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Enchendo Linguiça: Oitocentas e quarenta páginas

Sabe, certo dia me criticaram porque eu lia um livro que não era nem um pouco querido por todos que o possuíam naquele momento. Bom, o livro não era nem um pouco querido por quê? Eu poderia dar meus palpites, talvez porque a grande maioria só tinha preguiça por causa de seu tamanho um tantinho maior do que o que seria considerado normal para eles. São oitocentas e quarenta páginas. Mais de oitocentos postos de conteúdo prontos para seres explorados da forma que o leitor achar melhor: o que é característica de qualquer livro, claro, com mais ou menos desse número.
Pois então. Julgar um livro pela capa é péssimo, mas o cúmulo de qualquer falta básica de conhecimento é perceber que existem pessoas que julgam um livro simplesmente porque ele tem certo número de páginas. Já vi muita gente deixar de ler algo sobre assunto de seu gosto porque tinha página demais. Ao contrário do tema desse post, encher linguiça é uma coisa muito chata, mas convenhamos que só descobriremos a encheção de linguiça se pararmos para ver o conteúdo.
E é por isso que ler é a melhor forma de descobrir se a leitura vai ser boa, adequada ou não. Ler um livro de oitocentas e quarenta páginas pode ser bom para mim e péssimo para você. Mas será que seria péssimo para você apenas porque são de um número grande de páginas? Não seria justo que fosse ao menos péssimo porque o conteúdo - esse sim sendo importante - não lhe agrada? O que importa não seria o conteúdo, dane-se se com uma única ou milhares de páginas?
Talvez seja por isso que muita gente se coloca no direito de reclamar que não aprende as coisas, tem muito conteúdo disponível para assimilar porém está preocupado com o tanto de páginas. Bom, o ato de não conseguir aprender sem tentar aprender dispensa comentários. Leia pouco, leia muito, leia o quanto puder... Leia! 

Minitexto #8

Acendam as luzes da esperança!
Pode ser que a ficha deles caia
(tomara que caia)
E a saudade se desfaça

domingo, 22 de julho de 2012

Eu só queria uma postagem

Agora, sentado aqui, em frente a um computador, não sei por onde começar. Vejo que as pessoas estão vivendo, encontrando seus momentos. Vejo que a vida que levamos nos leva a um momento chamado morte, que nunca saberemos ao certo quando chegará. A palavra chave para ser um humano normal, e quem sabe, que tenha o mínimo de dignidade dentro dessa imensidão de mundo, é viver. Mas o limite da vida é a morte? E porque morreremos, a gente não deveria sequer ser mais do que somos?
Bom... Eu só queria um postagem nesse blog, para falar de algo que necessariamente pudesse estar de acordo com isso. Mas posso falar da solidão. Estar só, sentado na frente de um computador escrevendo um post para um blog qualquer que sequer tenho previsão de quem poderá ou não ler. Mas... não é isso e nem vem ao caso isso como qualquer tema que pudesse ser delineado aqui, nesse momento.
Sabe, os últimos seis meses foram diferenciados na vida de pessoas que viram seus destinos serem marcados por algo que, dois meses antes, estava pintado de preto em bolinhas pequenas com letras escritas e que no final, como num filme de drama, dá certo, e o sorriso se estampa no rosto de cada um. E essas pessoas se conheceram. Firmaram o olhar uns nos outros para dizerem a si mesmos no próprio subconsciente "agora a gente convive!" E dessa convivência poderiam nascer amizades, poderiam nascer inimizades, poderiam nascer afetos e desafetos que se desenrolariam por não sei quanto tempo, mas que começaria naquele momento em que se viram se conhecendo pelo simples fato de estarem compartilhando, ali, do mesmo desejo de alcançar um futuro em comum. E todas essas pessoas tinham parte dos seus dias como força para conseguir almejar esse futuro, mas participando da convivência que lhes foram atribuídas.
Bondade do tempo? Força religiosa? Milagre, simpatia, gosto, afinidade? Não sei. Só sei que quase todos ali estavam ligados por uma força que venceu qualquer barreira de tempo imposta por pessoas que preferem as convenções do que a vida como ela pode ser, e uma coisa os marcou. Uns pelos outros, diferenças haverão, mas inimizade é a última das últimas alternativas para aquela grande família de jovens em busca de sonhos quase que comuns, ou não, mas que compartilhavam de um dos maiores tesouros da humanidade: a boa convivência. E essa é a prova de que nós, seres humanos, somos capazes sim, de fazer dos nossos próximos pessoas queridas, pessoas ao menos respeitadas, não importando se todos se conhecem há muito ou pouco tempo. 
O que vale é a intensidade, é a capacidade de confiar uns nos outros e dizer: "ao menos respeito existe aqui", e fazer valer, existindo de verdade, combinado com a pureza e sinceridade de considerar todos aqueles ali companheiros em busca de uma vida que leve a um final em que se possa dizer que valeu a pena não estar sozinho todo o tempo.
Eu só queria uma postagem para falar que estar com as pessoas que gostamos, sejam estas em cada círculo de convivência, não impede que momentos solitários sejam bons, ou estar com as pessoas que convivemos de outras maneiras. Mas a gente sente falta dessa convivência que de também tão boa, transformou nossas vidas. Pelo menos de quem acredita que a vida é muito mais do que apenas quem a vive.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Minitexto #7

Dois humanos juntos
Dois homens? Duas mulheres? Um homem e uma mulher?
Não importa, eles têm algo
O amor

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Curtura i Árti: Aquela música depressiva


Uma playlist arrumada, com seu gosto musical feito da melhor forma possível. Você sabe melhor do que ninguém que gosto musical não se discute, e não se discute mesmo. Sim, tem música animada, música lenta, rápida, romântica, estranha e... Depressiva. Claro, por que não?
Músicas depressivas estão presentes no cotidiano de todo ser humano que aprecie esse dom artístico de musicar. Sim, estamos presos à essa coisa. Nenhuma música fala tão profundo quanto uma música depressiva. Mas aí é que está o problema, até que ponto se torna justa a classificação de música depressiva?
Bom, temos o ritmo, temos a letra. Um ritmo lento, calmo, com mudanças de tom diferenciados, já não nos deixa lá essas coisas, no sentido de estar bem. Aquela coisinha suave, que vai penetrando lindamente nossos ouvindo fazendo-nos pensar na vida. Alguns compositores fazem muito bem isso, e pode colocar ou não, uma letra decentemente específica para aquilo.
Já ouvi músicas assim. Melodia lenta, fraca, depressiva. Mas letra animada, falando de coisas que te deixam bem. Trazem a paz, essas não são depressivas.
Agora experimenta colocar uma letra super triste. Triste mesmo, daquelas de fundo de poço com fim de vida. Isso detona de vez. Não querendo deixar de dizer mais, música depressiva é algo feito para nos tocar profundamente. Não existe um ser humano na face da terra que não escute uma música bem depressiva e não pense sequer por dez segundos na vida. Sim, pode ser uma história de vida, um problema, uma busca de superação. Música depressiva é pra todos os momentos em que a vidas não está boa.
E tem seus limites. É claro que devemos nos conter, não nos deixar levar pelo sentimento gerado quando já estamos tristes e aí colocamos uma música depressiva pra desgraçar de vez. Escutar é bom, as vezes ajuda, e geralmente as músicas depressivas são lindas.
Mas se você estiver muito triste mesmo, coloque música mais animada e... anime-se!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Minitexto #6

Beijo...
Ah, o beijo!
A coragem de se encher de bactérias
Em prol do tal do amor... Ah, o amor...
(Suspiros)

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Filosofando: Pistoleira e Lambisgoia


Numa coleção de nomes pejorativos para aquela profissional cuja qualificação não vem ao caso, encontrei dois que se encaixavam em seres nada a ver, porém assustadoramente aclamáveis a esses nomes, ou não.
Pistoleira é uma cadela que se encaixa perfeitamente no corpo de filhote recém crescido sobre suas bem formadas quatro patas. Pula, late, tem ação em forma de dentes que mordem qualquer coisa que veem pela frente e não tem medo de levar chute quando invade um lugar errado. Vive com sua coleirinha roxa em volta do seu peito que a deixa sensacionalmente mais... Fofa, quem sabe.
Lambisgoia é aquele pequeno ser que olha para os lado através de seus inúmeros olhos e tem o tato aguçado pela força incapaz das minúsculas, porém grandes, oito pernas. Mas a vida lhe trazia outros pequenos seres que como ela, ficariam um dia quem sabe assim. 
Mas por que nós, como seres humanos também perdidos num mundo onde tudo pode acontecer, fomos capazes de nomear incapazes seres que não tem culpa da vida que tem, isso é, que simplesmente são tão capazes quanto que nós, são vivos. E isso basta. Mas o que importa é que Pistoleira e Lambisgoia eram quase que amigas distantes, mas que de tão próximas, se tornava desnecessária a existência de comunicação entre elas. Sim, elas não se conheciam, nunca se viram. Uma cadela e uma aranha ligadas por uma besta e idiota ideia humana de que apelidos geralmente associados a profissional de qualidade que não vem ao caso, podem ser usados para designar seres que só estão cumprindo seu longo, e doloroso ciclo de vida. E sendo amigáveis, até mesmo quem sabe, com os humanos.
Porque eles prejudicam, mordem, envenenam, não é porque são maus, não é porque uma é pistoleira e a outra é lambisgoia. Eles querem viver. Uma "havaianada" numa aranha ou um sacrifício mal feito a um cachorro não saíram do instinto de sobrevivência humano quando não existe a tal da ameaça. Sem a ameaça, é idiota e maligno do ponto de vista de qualquer um acabar com a vida de seres que, pejorativamente chamamos por nomes que são para aquela profissional cuja qualificação não vem ao caso.

domingo, 24 de junho de 2012

Manchas pretas na escuridão da realidade



Quem sou eu? O que eu tentei e estou tentando ser durante todo esse tempo, que ainda preso a este mundo, vejo os outros e me sinto pior? Não há respostas. Só sei de perguntas desmioladas que saem aleatoriamente da minha cabeça enquanto penso seriamente se o preço da vida é muito alto para continuar aqui.
Mas eu continuo, e como o mais frágil copo de vidro, corro o risco de ser completamente estraçalhado no único e singelo estalar mal feito de dedos que o desequilibram. E estraçalhado, não há cola no mundo que vai me fazer voltar à perfeição daquilo que consideram um sólido-líquido, um líquido-sólido em estado de natureza correto e harmonioso que no caso humano eu chamaria carinhosamente de personalidade. E entro num estado de emergência, onde busco encontrar minha essência perdida no meio da perfeição harmoniosa que é contida em cada um dos seres malditos que não se contentaram com a irracionalidade. 
E agora deixo de ser um copo. Sou como uma bola de fios jogada para frente, onde a ponta é esquecida no espremer dos dedos de uma mão, e lentamente desfia enquanto a força da gravidade empurra-a para baixo ao mesmo tempo que a acalma. E no caso humano eu chamaria a força da gravidade de tempo: no fim, tudo para, nada existe mais.
E enquanto houver distância, enquanto o ato de sentir for algo tão humano e ao mesmo tempo completamente desumano, não haverão mentes capazes de se lembrar que, para a imensidão que nos envolve, somos apenas microscópicas manchas pretas na escuridão da realidade sem fim...


terça-feira, 19 de junho de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

Travessuras do tempo contra travessuras de quem não deveria fazer travessuras

Somos, mas não somos donos de nossos tempos

O tempo tem seu tempo. As coisas acontecem e deixam de acontecer por sua culpa e nós somos apenas filhos de sua existência. Às vezes, acabamos por esperar que aconteça algo e algo não acontece. Esperamos que aquilo que não queremos não aconteça, mas acontece. Ou no mínimo que aconteça em determinado momento e puf!, nos encontramos vendo aquilo acontecer antes do que se imaginava.
Aquele menino travesso, que fala e não faz, que faz e não fala. O tempo é igual a ele. Não. É pior. O tempo apronta, as despedidas se tornam inevitáveis e uma hora tudo se vai e não volta mais. E quem é dono do tempo? Eu diria a esperança, eu diria a vontade de seguir em frente, e de que aconteça ou deixe de acontecer o que queremos. Eu diria que o tempo é determinado por cada um de nós ao mesmo tempo em que cada um de e nós não podemos mais determiná-lo. Mas se fez mal ou se fez bem, podemos tentar mudar.
E como humanos, somos inteligentes. Aprendemos a modificar o tempo. Aprendemos a destruir as vontades e esperanças das pessoas que quem sabe o dominam. Quando percebemos, outros determinaram nosso tempo e outros decidiram por nós mesmos como continuar. E são as travessuras de quem não deveria fazer travessuras. Mas são feitas. São feitas definitivamente e às vezes que fez não queria fazer. E o tempo se altera. Despedidas acontecem, ficamos isolados, ficamos sem queríamos ter em todos os momentos. E mesmo se isso é reversível no futuro, (olhe só, outra brincadeira do tempo que nos dá esperança: essa coisa chamada futuro) somos atingidos, somos colocados à prova de vontades que não queríamos ter, maiores, cada vez maiores.
Culpa do bom sentimento que ronda todas as pessoas envolvidas. Pelo menos da parte de quem escreve.