sábado, 27 de outubro de 2012

"Os reis e as rainhas da promessa"


    
    Vou andar pelos cantos, vou discutir friamente com cada pessoa que aparecer na minha frente apenas com a intenção de machucar não só a outra pessoa, mas a mim mesmo. E na intenção de me arrepender, derrubar-se-ão lágrimas de dentro dos meus olhos que vão, de forma simples e concreta, me fazer gritar para cada uma dessas pessoas...
    "Corre! Corre! Corre! Vai atrás do seu destino, para de ser idiota. Vai ficar sofrendo até aqui para que? Se lamentar porque somos seres humanos pensantes? Nós só somos pensantes porque um dia pensamos em ser pensantes e o pensamento nos incorporou e nos trouxe um desejo de seguir o que desejamos para os nossos destinos. Então vai, corre, esqueça os males e vá!"
    E então eu vou vendo e passeando, encontrando cada pessoa e fazendo isso, até encontrar com um espelho. Encontrar a mim mesmo.
    "Seu idiota"
    E me dizer o quanto eu poderia ter sido menos assim, eu poderia não ter cativado minha própria destruição. Eu deveria ter ido através de minha mente e ter encontrado um resquício e adolescência rebelde, e ter percebido que o mundo fez mal a ele mesmo. Ou visto que todos, como pessoas, e sendo pessoas, deveriam ter tido em suas cabeças que viver é aprender lições, lições de que as coisas podem passar a ser melhores desde que possamos torná-las melhores. E podemos fazer isso todo o tempo, se quisermos.
    E do título emprestado da música, a mesma que diz que somos filhos de um deus menor entre o céu e o inferno, podemos perceber, poderíamos muito bem, em vez de deixar de ser, continuar sendo os reis e as rainhas da promessa.

Enchendo Linguiça: Do vento na cortina

   Decidido a prestar atenção a cada parte que preenchia a imensidão de sua casa, começou a andar pelos cômodos, observando minunciosamente cada detalhe de cada pedaço que ia encontrado através de seus contados passos. Paralisou, fixou o olhar aberto naquele lugar que parecia mágico.
   Olhou para a janela, que era coberta por uma cortina cinza e opaca, que por causa do vento ia para frente e ia para trás, para frente e para trás... Trazendo e devolvendo, trazendo e devolvendo, trazendo e devolvendo a luz para o sol...


terça-feira, 23 de outubro de 2012

"Como é tão bom saber que você me viu e me notou"

   Aquela frase que a gente tenta expressar de alguma maneira um tanto singela, aquela vontade louca de passar todos os momentos e fazer com que cada um deles valham a pena, aquela época da vida onde queremos aproveitar o presente e deixar o futuro e o passado de lado e seguir o indefinido, o sem destino. O sem rumo. Aqueles dias quando estamos numa frieza desumana, aqueles momentos onde ideias sem sentido surgem em nossas cabeças e as expressamos, aquele tempo onde cada ser humano tem um pouco de noção de humanidade e consegue se expressar. Aquele nome de texto que foi pego de uma frase de música que simplesmente encontrou aqui a melhor definição do que realmente pode acontecer conosco quando menos esperamos. Aquela pessoa que define a última frase, que surge de uma forma um tanto quanto inesperada, simples, um olhar profundo, mesmo que de olhos fechados. Aquilo que nunca poderá passar de um sonho... 
    Mentira! Quem sabe poderá, quem sabe se tornará algo real, a um passe de mágica tão belo quando daquele que tira o coelhinho da cartola e arranca das crianças um sorriso tão sincero quanto aquele que surge quando a sua pessoa se faz presente a frente da visão. Não é beleza física (sua parcela na porcentagem do sentimento, tudo bem, é considerável sim), é o conjunto da obra, é a pessoa por dentro, por fora, nas entrelinhas, no encontro de cada pedaço daquele conjunto de corpo-alma que sabe trazer na calma e nos gestos simples o poder e a capacidade de transformar cada um em sua volta em uma pessoa melhor. 
    Verdade! É apenas um sonho, o celular despertou às cinco e meia, no frio e na calada da noite terminal. Aquele desejo de ser cuidado não passou, está lá, dentro do banco do ônibus, da sala de aula, dos corredores, do chão sujo de lama e frequentado pelos primatas. Quem diria, no ônibus de novo, nas discussões familiares, em uma mente que jamais se sentiu tentada da forma que estava sendo naquele exato momento em que se deitou na cama à tarde e mais uma vez sonhou. Sonhou demais, simplesmente porque você fez o favor de notar...


sábado, 13 de outubro de 2012

Minitexto #14

E ele chegou mais uma vez
E eu fiquei sem reação
Não tem apesar, eu disse dane-se aos problemas
Eu o amo
Eu o amo
Eu o amo
Eu o amo
Eu o amo
Eu o amo
Eu o amo
Eu o amo

domingo, 7 de outubro de 2012

Todos


     Êêh mundo... Quando é que vamos fazer jus ao nome que nos demos: humanos? Ao nome que se tornou significado de algo totalmente oposto ao que vem acontecendo desde que descobrimos que algo pudesse fazer bem: o ego. Mas não estou falando do ego comum, que todos temos, falo do ego que aprendemos a ter, de passar por cima dos outros a qualquer custo, um ego que supera qualquer barreira de algo que deveríamos, como humanos, ter: saber vivenciar o outro. Saber entender que a outra pessoa é tão humana e tem o direito a vida assim como nós mesmos, seja qual for a raça, religião, sexo, tamanho, peso, orientação sexual, nacionalidade, o que for. Já parou para pensar que somos humanos? Somos todos pessoas, da mesma espécie? Já parou para pensar que nenhum outro animal tem a capacidade de matar o outro simplesmente por matar, a não ser por instintos previamente biológico que nós, humanos, não temos? Então, por que ainda matamos? Por que nós temos a capacidade de dominar o outro simplesmente para se sentir melhor? Ninguém é melhor que ninguém. Muitos só estão numa situação de miséria, de falta de conhecimento, ou de qualquer outra coisa porque os poucos estão lá em cima, esbanjando do que essas pessoas sofridas suam todo mês para que eles afundem em seus caríssimos sofás e declaradamente não se importem com ninguém. Ninguém mesmo. Nem com si mesmos, por isso, esse ego que citei no início não é um ego, é uma capacidade de se achar acima, numa importância que só existe nas nossas mentes mal criadas desde sempre. 
     Guerras são ilusões, assassinatos, roubos, individualismo exacerbado... Tudo é ilusão, criada por pessoas durante um processo histórico que poderia ter sido diferente, numa criação de ideologias que infelizmente não colocaram em suas doutrinas o respeito a quem pensa e vive diferente. Mas por que depois de tanto tempo nós não conseguimos evoluir para seres que possam compartilhar da mesma denominação sem distinção imediata de qualquer característica que seja diferente? Por quê? Por quê? Para que destruir a vida de pessoas que não tem nada a ver pessoalmente umas com as outras, só para subir, só para se tornar o melhor de todos, sendo que todos somos humanos, e como humanos, deveríamos colocar o direito de qualquer um acima de qualquer coisa: o direito a vida, a uma vida digna, decente, que possa começar e acabar do jeito que tem que ser, e não do jeito que nós mesmos, desgraçados humanos, nos colocamos, e, pelo jeito, nunca vamos sair, enquanto todos não se lembrarem que, simplesmente, e antes de qualquer diferença, somos humanos. Que coisa! Acho que como eu muitos só queriam um mundo que os humanos entendessem o que todos somos...
     TODOS somos...