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Somos, mas não somos donos de nossos tempos |
O tempo tem seu tempo. As coisas acontecem e
deixam de acontecer por sua culpa e nós somos apenas filhos de sua existência. Às
vezes, acabamos por esperar que aconteça algo e algo não acontece. Esperamos
que aquilo que não queremos não aconteça, mas acontece. Ou no mínimo que
aconteça em determinado momento e puf!, nos encontramos vendo aquilo acontecer
antes do que se imaginava.
Aquele menino travesso, que fala e não faz, que
faz e não fala. O tempo é igual a ele. Não. É pior. O tempo apronta, as
despedidas se tornam inevitáveis e uma hora tudo se vai e não volta mais. E
quem é dono do tempo? Eu diria a esperança, eu diria a vontade de seguir em
frente, e de que aconteça ou deixe de acontecer o que queremos. Eu diria que o
tempo é determinado por cada um de nós ao mesmo tempo em que cada um de e nós
não podemos mais determiná-lo. Mas se fez mal ou se fez bem, podemos tentar mudar.
E como humanos, somos inteligentes. Aprendemos a
modificar o tempo. Aprendemos a destruir as vontades e esperanças das pessoas
que quem sabe o dominam. Quando percebemos, outros determinaram nosso tempo e
outros decidiram por nós mesmos como continuar. E são as travessuras de quem
não deveria fazer travessuras. Mas são feitas. São feitas definitivamente e às
vezes que fez não queria fazer. E o tempo se altera. Despedidas acontecem,
ficamos isolados, ficamos sem queríamos ter em todos os momentos. E mesmo se
isso é reversível no futuro, (olhe só, outra brincadeira do tempo que nos dá
esperança: essa coisa chamada futuro) somos atingidos, somos colocados à prova
de vontades que não queríamos ter, maiores, cada vez maiores.
Culpa do bom sentimento que ronda todas as
pessoas envolvidas. Pelo menos da parte de quem escreve.
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