domingo, 3 de junho de 2012

Sonho de uma noite mal dormida


Sete vozes eu ouvi, chamavam por mim, mas não pelo meu nome. Eu sabia que chamavam, e que eu precisava estar lá. Eram sete pessoas. Não se sabia se eram homens ou mulheres, mas eu percebia claramente que eram sete pessoas. Os encontrei, num lugar uniforme, quase nada familiar. Olhei profundamente em cada um, que vestia uma roupa, cuja beleza e minimalismo nos detalhes imedia-me de identificar o que realmente estava em seus corpos, e cada uma de uma cor. A pessoa vestida de preto veio me dizer algo, sua voz era muito baixa, eu não conseguia ouvir. A de azul, que vestia a mais bela cor que já se viu pelos céus, disse-me que nossa vida é um balanço de criança. Sobe, desce, mas sempre estamos querendo almejar o mais alto.
A terceira pessoa vestia um roxo quase que de luto. Eu percebia em seu olhar que não representava algo bom, estava tão cabisbaixa quanto uma criança que perde seu pirulito. Se aproximou, e apenas me pediu que eu não me iludisse. Fiquei me perguntando com o que, mas a pessoa de verde, que trazia em sua roupa uma cor inexplicável, mais puro que qualquer folha, que qualquer esperança. E parecia-me uma pessoa sensata. Não acabar com o mundo, o mundo é nosso lugar, e foi isso que ouvi de sua boca.
Aquela pessoa de vermelho, pulava feito uma adolescente que descobriu seu primeiro amor. Não me disse nada além de três palavras que entraram em meus ouvidos de uma vez e nunca mais deveriam sair: ame muito mais! A roupa amarela da sexta pessoa me ofuscou os olhos com sua pureza indescritível. Apenas viva! Disse, olhando em meus olhos quase fechados com a luz que se emitia de si. 
E de repente, após estar escondido pela sombra das outras pessoas, me sai alguém vestindo uma roupa branca. Se aproximou de mim, devagar, e pegou minha mão direita. Eu reconheci em seu rosto a pessoa que foi minha moradia desde que eu me tornei um simples ser humano. Pegou minha mão direita. E do nada só havia ela ali, pois ela era quem me deu a vida, e estava de branco, a mistura de todas as cores. E a vida é isso, todas as coisas juntas.
Acho que eu tinha entendido!
Então meu despertador tocou...
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PS: Texto escrito em dezembro de 2009, achado perdido em registros aleatórios que quase foram para o lixo.

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