quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Perdido e Desconfigurado


Ah! Eu só era mais um impensante ser perdido num mundo completamente desconfigurado. Que coisa, pensar que tudo o que existe pudesse ser algo repleto de sonhos que simplesmente não eram mais. Não era o meu desejo de “para sempre”, mas quando olhei pela primeira vez aqueles olhos verdes, eles me conquistaram como nada nunca conquistou em todos os meus dezesseis anos, nove meses e vinte e seis dias de vida que tinham pesadamente se passado até aquele momento. Mas eu não queria ter esperanças, eu não queria desejar a pessoa que possuía aquela força e capacidade mais profunda de penetrar o mais escondido de toda a minha alma, e me libertar de todos os problemas que pudessem existir daquele lugar em que estávamos, juntos, para fora. O toque daquela mão, que parecia que precisamente tinha sido feita para se encaixar perfeitamente nas entranhas dos cinco dedos que comupnham a minha mão, me despertou de um sono de um sentimento verdadeiro que tinha sido enterrado e não estava disposto a sair do mais profundo da Terra. E começou a sair. Foi saindo cada vez mais e mais, e quando percebi eu necessitava calorosamente de olhar para aqueles olhos verdes e penetrantes de alma cada vez mais, de modo que se tornava um vício como uma das piores substâncias que se conheça na humanidade. Mas me fazia bem no momento, me fazia bem depois, não era como aquilo que te faz arrepender depois de estar junto, e então não era como essas substâncias que nos matam aos poucos. Ele me fez viver! E eu já não conseguia mais que ele me fizesse viver se eu não o visse inteiramente vivo. Pra falar a verdade, decidi procurar nome em todas as palavras e línguas possíveis para descrever o que era aquele impulso que vinha dentro de mim, e que insistia em ter aquela pessoa, que de fato eu não sabia se tinha desejado ou não, e insistia todo o tempo. E encontrei a palavra mais óbvia que poderia existir: amor. Sim, já tinha passado daquele ponto em que nos dizemos apaixonados porque a paixão é nada mais do que o desejo retocado pela vontade de estar junto. A vontade não era mais apenas de estar junto, era a vontade de vê-lo bem mesmo que eu estivesse mergulhado no mais impossível e fundo de todos os poços possíveis na face da terra, pois apenas seu sorriso me faria bem, me aliviaria. Isso é querer o bem, isso é amar, isso é superar as expectativas de não querer apenas estar junto, de não querer apenas possuir o corpo dono dos olhos que me conquistaram logo naquele primeiro momento. É querer simplesmente ver que está bem simplesmente por estar, é de ver que tudo que é bom para ele está sendo realizado, é querer simplesmente poder olhar nos olhos e não se preocupar em desperdiçar o tempo que for preciso para causar o seu bem-estar, é querer se sentir bem cada momento em que está lá, e não só estando, mas quando poder contar, e eu sei que posso contar com ele. É, acho que ser impensante perdido num mundo desconfigurado vale a pena, quando encontramos aquele que nos faz bem, o mundo pode ser esse complexo desconfigurado, mas quem configurou o que há por dentro de mim já apareceu. E é meu desejo de “para sempre”. Na verdade não, se puder ser mais que isso, pra mim está ótimo.

:)

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