quinta-feira, 26 de abril de 2012

Rápido, limpo e puro


Somos seres de um mundo que pode girar acordo com as nossas possibilidades e não apenas porque ele gira em torno de seu eixo rotacional. Afinal, quem somos nós? Essa pergunta, em hipótese alguma, deseja se calar. Mas antes de qualquer possibilidade, vamos falar de outras coisas.
Que coisas? Desconcentração, falta de visão noturna? Facilitação do gênero da gramática grega? Evolução das briófitas? Tecnologia interna de um celular antigo? A briga de galo? Um filme trash? A epidemia das aleluias no bairro da luz? Bem, imaginar um tema para qualquer texto que realmente seja bom não é coisa fácil. Mas não é impossível. 
Tudo tem seu lado interessante. Somos chatos, mas somos interessantes pela "chatisse". Uma terra sem fim pode ser interessante se sua história for contada por vários ângulos, numa cosmogonia perfeita. Ou não. Uma carteira cheia de dinheiro pode ser a coisa mais desinteressante se não tiver utilidade.
Mas coisas inúteis também são de algum interesse. Ah, que são. Falar da guerra de formigas no formigueiro no canto da casa pode ser algo tão interessante, descrevendo as atitudes de cada uma das faceiras formiguinhas que disputam seu território pata a pata. E falar de um alto falante de computador que tem o formato de coco, com sua fofura cantante no último volume daquela música que você adora.
E tudo, tudo mesmo, todas as coisas possíveis de existência no mundo, todas as coisas formadas por qualquer uma das centenas de substâncias presentes naquela tabela, tudo tem a possibilidade de se tornar um assunto interessante para um texto.
Um chute na pedra? Um copo de leite vencido? Um quarto bagunçado com um prato de macarrão velho jogado num canto? Um tênis na cozinha? Uma empresa que rouba órgãos artificiais que não foram pagos? Que assunto? Que dúvida!
A dúvida é boa. O assunto é variado, pode ser mais do que interessante. Não precisa ser rápido, limpo, nem puro, precisa ser assunto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário